segunda-feira, 17 de maio de 2010

Meio caminho andado!

Já estou quase na metade do teórico da escola! Dá pra acreditar? Porque sinceramente, eu não estou acreditando... A pressão aumentou mais um pouco (conta uma novidade, Rafa) e começamos finalmente nossas aulas de direção. Nosso professor tem contado um pouco das suas experiências no mundo cão do cinema. Acreditem, é coisa para maluco. Uma delas, por exemplo, aconteceu quando ele estava trabalhando em um projeto para a Century Fox. Os custos iniciais tiveram que ser radicalmente reduzidos e o prazo para conclusão era apertadíssimo. Mesmo assim, ele aceitou o desafio. No final do projeto, porém, a equipe de marketing decidiu que o filme seria destinado a adolescentes, o que exigiria que os diálogos e a história fossem adaptados para o público-alvo. Moral da história, ele foi obrigado a ceder às exigências da produtora, comprometendo completamente o trabalho. E é assim que acontece. Como o diretor tem seus direitos ao assinar um contrato, legalmente eles não podem ser demitidos durante a produção de um filme. O que a produtora faz então, é criar todas as situações para que o próprio diretor desista do trabalho ou então, ceda às suas exigências (e passar como um bom rapaz, mesmo com um resultado pouco satisfatório). Ele escolheu a segunda opção. Enfim, ele está decidido a não trabalhar mais dessa forma, é claro. Se vocês tiverem interesse em coferir, mesmo assim, aqui vai o link do trailer oh! ---> http://www.youtube.com/watch?v=tQrfaRFucbI

Bom, ainda tem muita coisa pela frente e com certeza terei mais experiências pra contar. Mas deixa para o próximo post... =)

Como prometi na última vez, aqui vai a sugestão da semana!

Dancer in the dark!

Antes de colar aqui a minha crítica do filme, quero fazer algumas observações. Para quem ainda não assistiu, esse é um filme bastante pesado. Sabe aquele filme onde você fica observando a tela durante vários minutos enquanto os créditos sobem lentamente? Esse é DEFINITIVAMENTE um daqueles (multiplicado por 10). Portanto, esteja literalmente preparado psicologicamente para essa experiência. Ahh, por favor não se esqueçam que os protagonistas da história não são necessariamente profetas da verdade. São apenas projeções das verdades em que acreditam os cineastas. Isso vai ajudar bastante nesse filme.
O papel principal é desempenhado por Bjork. (conhecem a cantora meio maluca, cujas músicas são ainda mais malucas? Particularmente, acho ela genial!). Então, nesse que foi o seu primeiro filme, ela recebeu uma indicação ao Oscar. Fraca a bichinha, hein?

Aqui vai a crítica:

Visualmente, ''Dancer in The Dark'' é um triunfo. De forma irônica, porém genial, o filme utiliza o próprio “desastre”, à seu favor. Esse ensaio tem como objetivo argumentar sobre o poder que as técnicas de fotografia utilizadas no filme tem de questionar a própria cosmovisão da audiência. A aparente insanidade e total subversão aos padrões de qualidade cinematográficos, ganham proporção simbólica e torna-se um dos principais elementos da narrativa.

Os clipes musicais, minuciosamente ritmados e sincronizados, mostram cores saturadas em sequências bem elaboradas. Todo cuidado é tomado para que o ''sistema de fuga'' criado pela protagonista (Bjork) seja apresentado de forma real. Porém, o inesperado, mas talvez o mais eficiente elemento do filme, acontece justamente após as sequências “idealizadas” na mente de Selma, quando o espectador, depois de alguns minutos absorto em um mundo de fantasia e conforto, é brutalmente exposto à realidade cruel da personagem. Essa abrupta interrupção apresentada na trama, revela a tendência natural humana de ''fuga'' e busca de refúgio e alívio em falsas interpretações do universo à nossa volta. Nossas crenças são colocadas à prova quando decidimos fugir ao lado de Selma do seu mundo miserável para uma falsa, porém confortável realidade.

Através das técnicas visuais exploradas, o filme consegue afundar-nos em um mundo cru e miserável. Mesmo que a audiência sinta-se em vários momentos compelida a abandonar a sessão, o que a mantém sentada até o trágico final é a esperança de conforto, que nunca vem. De forma que simplesmente funciona, mordemos a isca oferecida pelo diretor, e sentimo-nos forçados a presenciar cenas de horror e realidade. Uma experiência que, definitivamente não é de entretenimento, mas de profunda reflexão.





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