sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Entre ciclos e recomeços.

Não. Dessa vez não vou me desculpar por ter demorado para atualizar. Além do mais, esse papinho já tem virado rotina.

Chegamos em 2011! O que mais dizer além daqueles velhos clichês de mãe? Ou daquelas mensagens em power point com fundo musical do Kenny G, que tentam te arrancar à mão armada uma lágrima através de fotos de bebês, natureza e outras coisas fofas que, por si só, redefinem o conceito de Kitsch?

Mas por pura ironia, vou compartilhar nesse post algo interessante que li nos últimos dias. Em um livro? Não, em um email power point.

Antes de chegar ao ponto, porém, queria sugerir aqui uma pergunta. Algo simples e que tem sido o dilema de muita gente, inclusive o de cristãos, diga-se de passagem. Ou principalmente o de cristãos, diga-se de estadia? Não importa, a questão é: O que é a vida além de uma série de ciclos sem sentido? Nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e morrer?Admita já ter se perguntado a mesma coisa, vai! Essa reflexão também é feita na Bíblia, em Eclesiastes. E não por gente qualquer. Salomão questionou-se as mesmas coisas, apesar de todo o dinheiro e conhecimento que tinha.

Mas esses questionamentos não são ruins. Como Ed René ensina em "O Livro Mais Mal-Humorado da Bíblia", pensar dói. Mas nos liberta também, e isso é muito bom.

É fato que a nossa vida é uma série de ciclos que têm se repetido por gerações e gerações. Não podemos negar essa realidade. Mas e o que fazer com ela? Ao invés de ficar parafraseando as palavras do autor, vou copiar aqui um trecho que sintetiza bem esse pensamento:


"...O Eclesiastes ...foi levado pelo pessimismo inerente às repetições incessantes. No entanto, ele deixou uma saída: cada geração faz tudo de novo como se fosse a primeira vez; cada um precisa ter sua própria experiência, vivenciar a singularidade em constante mudança. É por isso que gosto das palavras de Lulu Santos, um Eclesiastes moderno: 'Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia; tudo passa, tudo sempre passará. A vida vem em ondas como o mar, num indo e vindo infinito". O que foi não voltará a ser, embora a vida tenha suas idas e vindas. Assim, sábio não é aquele que busca a novidade para se saciar: sábio é aquele que consegue entrar na rotina da vida e fazer as coisas repetidas como se as fizesse pela primeira vez."

Alguém percebeu o poder dessa última frase? Sabedoria não é buscar novidade para sentir prazer, mas sentir prazer na repetição e rotina da vida! E isso muda o sentido de tudo... Tudo torna-se mais emocionante quando vemos nossa vida sob essa perspectiva. Uma segunda-feira qualquer torna-se única e especial se eu assim quiser que seja. Cada dia, cada gesto torna-se singular e novo quando o tratamos de forma especial. Pessoas nascem todos os dias e a todo momento. São apenas estatística quando não possuimos vínculo com elas. Pelo menos até o dia do nascimento do nosso próprio filho. Naquele momento, um número torna-se muito mais do que isso: um acontecimento inesquecivelmente especial.

Mas não nos esqueçamos das coisas mais simples. Um café, tomado sozinho, é apenas mais um. Porém, torna-se único quando o tomamos com um amigo que não vemos há muito tempo (estou prometendo a mim mesmo tentar fazer isso). Um filme na sessão da tarde pode parecer entediante e bobo. Até descobrirmos que ele pode ficar mais interessante com chuva, edredon, pipoca e chocolate quente. Um mero passeio de carro também não é lá tão atraente. Quem sabe acompanhado pelas suas músicas favoritas em volume alto enquanto os vidros abertos fazem seu cabelo revirar, seja muito mais interessante.

Portando, meus queridos, não se esqueçam de que tudo pode se tornar melhor com uma dose de otimismo e, literalmente, vontade de viver. Quando você estiver cansado da rotina, como o rico e sábio Salomão esteve, saiba que existe uma saída.

Para quem tiver interesse, segue o livro que me inspirou a escrever o post:
O Livro Mais Mal-Humorado da Bíblia
Ed René Kivitz
Editora Mundo Cristão

Tenham um excelente início de ano ao lado de todos aqueles que vocês amam! (Sabia que eu ia acabar terminando o post com frase de arquivo power point)

Tchakabum! pronto, assim é um final diferente.