segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Francisco Santos

Depois do trabalho que fizemos em Juazeiro, viajamos para Picos, Piauí. Sim, Picos é ainda mais quente do que Juazeiro do Norte, para a alegria da minha pele branca. Vou tentar usar um exemplo prático, para ver se fica mais fácil entender: Tome banho e aproveite para lavar sua roupa no chuveiro. Pendure-a na sombra, dentro do seu quarto e durma. Pronto, no dia seguinte pegue sua roupa seca e vista-se para mais um dia de trabalho! Querem mais um? Ventilador de teto é tecnologia ultrapassada. Aqui nós chamamos de secadores de cabelo de teto! Bom, brincadeirinhas a parte (quem me dera se fosse realmente brincadeira) vamos às informações úteis: Toda terça feira, viajamos para algum povoado próximo para a semana de trabalho. Nossa primeira semana de trabalho no Piauí, foi em Francisco Santos. Nosso trabalho também começava cedo, com visita nas casas do Km 87. A recepção e a hospitalidade das pessoas tem sido algo que me surpreende a cada dia. Em todas as casas, as pessoas nos convidavam para entrar e tomar água ou suco natural de caju (um dos meus mais novos vícios). A facilidade com que as pessoas abrem seus corações e sentimentos também me chamou muito a atenção, e, como geralmente acontece com as pessoas, sempre existem aquelas que te marcam mais. E uma dessas pessoas que ficarão guardadas no meu coração, é a dona Cândida. Uma senhorinha com seus 70 e poucos anos e pele sofrida pelo sol quente. Durante alguns dias, pudemos conversar e saber um pouco de sua história. Não precisávamos falar muito, bastava apenas olhar com ternura para aqueles olhos que cintilavam como se tivessem luz própria. No último dia, quase não consegui segurar as lágrimas quando ouvimos a pergunta feita por ela, como quando uma criança pergunta ao pai: Mas vocês voltam, né? Com todo amor, tivemos que responder com poucas esperanças, sabendo que talvez nunca mais nos encontraremos novamente: Quem sabe, dona Cândida. A gente nunca sabe o que a vida nos espera, né? Ainda lembro do seu caminhar meio perdido, se afastando na rua de barro em direção a sua casa. Quanto mais passam os dias, mais percebo que as pessoas não precisam de muita coisa. Só precisam de amor. Pudemos encontrar várias delas que tinham seus reservatórios de amor vazios. Fico feliz em poder tê-los enchido, nem que apenas com algumas gotas.






























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